Diferencia entre revisiones de «Sapor I»
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En el 252/253, aprovechó el caos desatado en el Imperio romano (la guerra civil entre [[Emiliano]], [[Treboniano Galo|Treboniano]] y [[Valeriano]] en [[Italia (provincia romana)|Italia]]; la [[peste cipriana]]; la lucha endémica contra los invasores germanos del [[Rin]] y del [[Danubio]], sobre todo godos y [[boranos]]).{{harvnp|name=Ro34|Rostovtzeff|1943|p=34}} Mareades, rebelde romano que participó en el posterior [[Sitio de Antioquía (253)|sometimiento de Antioquía]], posiblemente allaó el camino de los invasores al causar tumultos en las provincias orientales, que aparecen aparentemente mencionados en los ''[[Oráculos sibilinos]]''. Según la fuente, cuando los persas invadieron el imperio, se apoderaron de Antioquí, que saquearon y arrasaron y cuya población enviaron al cautiverio; [[Mambije|Hierápolis]], [[Alepo|Beroea]]) y [[Calcis de Siria|Calcis]] corrieron la misma suerte. Seguidamente, los persas corrieron toda Siria y parte de Asi.{{harvnp|Rostovtzeff|1943|p=35}}
Zósimo,
[[Archivo:Bishapur (Iran) Sassanid Period.JPG|thumb|upright=1.05|
[[Archivo:Bishapur relief ii 20.jpg|thumb|upright=1.05|
[[Archivo:Bronze-Uranius_Antoninus-Elagabal_stone-SGI_4414.jpg|upright=1.05|
[[Archivo:Dinar of Shapur I, circa AD 244-252.jpg|thumb|upright=1.05|
Após citar os eventos de Antioquia, Malalas supostamente descreve o retorno do exército no qual Ciríades foi executado e Sapor [[Cerco de Emesa (253)|sitia Emesa]] (atual [[Homs]]), evento pelos vistos aludido nos ''Oráculos Sibilinos'' e num [[grafite (arqueologia)|grafite]] [[língua grega|grego]] de Calate Alhauais.{{harvnp|name=Ov2017|Overlaet|2017}}{{harvnp|name=Ro39|Rostovtzeff|1943|p=39}} Emesa enviou Sampsiceramo, a quem Rostovtzeff associa ao usurpador emesano [[Urânio Antonino]] ativo na Síria à época, como emissário a Sapor. Em sua recepção, Domnino cita falaciosamente, o xá foi morto em seu campo perto de Emesa, e seu exército em fuga foi perseguido, primeiro por Sampsiceramo e depois [[Odenato]] (aqui chamado Enato).<ref name=Ro39 /> A menção ao último no episódio pode ser a antecipação de sua participação ativa na guerra contra Sapor na década de 260, como igualmente pode aludir a um papel ativo nos eventos políticos da Síria na década anterior. Isso permitiria supor, por exemplo, que o relato de Domnino tem um fundo de verdade. Como trabalhado por Rostovtzeff, sem dúvida é provável que em seu avanço Eufrates acima ou mesmo antes, Sapor negociou com Odenato, sediado em [[Palmira]], de modo a proteger sua retaguarda e salvaguardar abundantes suprimentos de cavalos, camelos, ovelhas, cereais e tâmaras.{{harvnp|Rostovtzeff|1943|p=55}}
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Num fragmento não datado de [[Pedro, o Patrício]] lê-se sobre presentes enviados por Sapor a Odenato e desdenhosamente rejeitados pelo xá. Para Rostovtzeff, o relato reflete negociações entre eles e algumas concessões feitas por Odenato ao xá, concessões essas que não satisfizeram Sapor e foram rejeitadas. Ao mesmo tempo, embora com raiva de Odenato e talvez do próprio Sampsiceramo citado em Malalas, não atacou-os quando marchou a Antioquia por saber que Odenato era forte. É possível que pretendesse vingar-se caso sua expedição fosse um sucesso e aparentemente tanto Odenato como Sampsiceramo estavam cientes de que sua situação perigaria caso o xá conquistasse Emesa e Palmira e optarem por atacá-lo primeiro. Odenato quiçá também esperava receber alguma compensação dos romanos por suas ações e, de fato, se sabe que em 258 detinha o título de [[homem consular]] (''vir consularis''), que pode ter recebido muito antes.{{harvnp|Rostovtzeff|1943|p=55-56}}
Se o ataque de Sapor em Emesa for tido como fracassado como Malalas diz, se justifica a omissão do evento em sua inscrição. Mas Bruno Overlaet tem uma visão diferente acerca do episódio. Segundo ele, Sapor foi bem sucedido em obrigar a rendição da cidade e tal sucesso foi imortalizado em dois relevos de Bixapur ({{ilc|II|Bixapur II|Bishapur II}} e {{ilc|III|Bixapur III|Bishapur III}}); no III, à
A cena central de Bixapur III mostra três imperadores iguais em todos os aspectos: o primeiro descendo do cavalo e ajoelhando em súplica; o segundo de pé perto do cavalo do xá e segurando em seu manto; o terceiro estirado sob o cavalo de Sapor. A iconografia de Bixapur III sugere que a reunião ocorreu e que Urânio pediu misericórdia, se rendeu e entregou a pedra negra, a relíquia sagrada do culto do deus [[Heliogábalo (divindade)|Heliogábalo]]. Tal rendição deve ter ocorrido por volta de novembro de 253, pois Urânio continuou ativo até o começo de 254, quando some nas fontes. Para Overlaet, Sapor deve ter ficado satisfeito com a submissão de Emesa como [[Estado cliente]] e preferiu se retirar antes do inverno em vez de consolidar o controle da Síria. Paralelo a sua retirada, Valeriano aparece e reverte seus sucessos (ver abaixo), justificando a falta de Emesa em sua inscrição ao mesmo tempo que permite datar os relevos à data limite de 254. O imperador ajoelhado em Bixapur III pode indicar Urânio, enquanto o terceiro pode simbolizar a vitória sobre o Império Romano como um todo ou pode também indicar a posterior execução de Urânio.<ref name=Ov2017 />
[[Jorge Sincelo]] alude à expedição em breve passagem na qual menciona a captura de Antioquia e a invasão da [[Capadócia]]. Antes de descrever tal expedição, cita o famoso ataque de [[godos]] a [[Salonica]], datado em 254, que levou à restauração das muralhas de [[Atenas]]. {{harvnp|name=Ro40-41|Rostovtzeff|1943|p=40-41}} [[Amiano Marcelino]], [[Libânio]] e Pedro, o Patrício também fazem alusão ao ataque de Antioquia e implicam Ciríades.{{harvnp|Rostovtzeff|1943|p=41}} Sobre sua segunda expedição, em sua inscrição Sapor diz: "aniquilamos uma força romana de {{fmtn|60000}} em [[Batalha de Barbalisso|Barbalisso]] [atual Calate Albalis, na margem
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Como indica Rostovtzeff, até esse ponto é possível traçar sua rota precisa, ao passo que os nomes restante, 10 no total, apresentam dubiedades. Suspeita-se que seriam as cidades que subjugou na volta. O exército meridional capturou Sinzara (Lárissa; atual [[Xaizar]]), Hamate ([[Hama]]) e Aríscia (Aretusa; atual {{ilc|Rastane||al-Rastan}}), enquanto o exército setentrional tomou a cidade templária insular de Dolique (hoje [[Gaziantepe]]){{ref label2|b}} e Dicor, cuja localização é incerta. Além destas, se ocupou quatro postos fortificados perto do Eufrates e enumerados de sul ao norte; seriam [[Dura Europo|Dura]], Circésio (Circúsio; atual {{ilc|Boçaira||Al-Busayrah}}) Batna (atual {{ilc|Suruche||Suruç}}), Germaniceia (atual [[Kahramanmaraş]]) e Quanar, cuja localização também é indefinida. Rostovtzeff interpreta que tal listagem, por ser anômala à lógica da narrativa, é um apêndice da lista, como as cidades capadócias citadas por último. Para ele, foram invadidas pela retaguarda do xá que após Barbalisso, se movendo de sul ao norte, foi capaz de se apossar de tais fortes pelos quais Sapor atravessou no início da campanha.{{harvnp|Rostovtzeff|1943|p=27}} Ele trabalha com a hipótese de que Sapor optou por seguir uma rota, ao longo da margem direita do Eufrates, a partir da qual poderia evitar todas as cidades guarnecidas, o que explicaria tal omissão em sua lista. Sitiá-las custaria-lhe muito tempo e a evidência disponível permite supor que pretendia fazer expedição ágil em solo romano. Para o autor, seu objetivo era capturar e saquear Selêucia e Antioquia para obtenção de saque e por propaganda.{{harvnp|Rostovtzeff|1943|p=27-28; 44-45}}
{{limpar}}
[[Archivo:VALERIAN I-RIC 262-2470330.jpg|thumb|upright=1.05|
[[Archivo:Drawing from house of Dura Europus.jpg|upright=1.05|
[[Archivo:Drawing from house of Dura Europus 2.jpg|upright=1.05|thumb|
Valeriano chegou ao Oriente no final de 253 ou começo de 254 e imediatamente começou um programa de reconstrução das cidades e fortes saqueados e destruídos, reorganizou o exército e reconciliou a população ao domínio romano. Sapor não conduziu nenhuma expedição neste momento, mas não é difícil supor que estivesse informado sobre repetidos raides de godos e [[sármatas]] na Anatólia a ponto de preparar nova expedição. A informação acerca do período entre 253 e 259/60 é parca e confusa, mas se imagina que Sapor tenha feito nova ofensiva em 256, que foi repelida por Valeriano. Tal suposição se baseia no uso pelo imperador do título de Pártico (um título de vitória) em suas moedas de 257. Tal uso pode significar uma vitória parcial, quiçá em algum lugar no médio Eufrates.{{harvnp|Rostovtzeff|1943|p=45-46}} Há evidências de que Dura foi uma das cidades [[Cerco de Dura Europo (256)|atacadas nesse momento]].{{harvnp|Rostovtzeff|1943|p=49}}
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Numa casa privada de Dura foi encontrado um desenho colorido inacabado que ocupa quase a superfície inteira de uma das paredes do divã dessa residência. Pela interpretação de Rostovtzeff, nele é retratado, segundo a convenção dos primeiros artistas sassânidas, uma cena de batalha na qual aparece um xá e seu inimigo, aparentemente o líder dos romanos por um lado (figura em larga escala) e membros da família real sassânida subjugando cavaleiros romanos (figuras menores) do outro, tudo na presença de deuses sentados numa poltrona. Nela há inscrição explicatória em pálavi e segundo a visão do autor, representa uma batalha histórica.{{harvnp|Rostovtzeff|1943|p=56-57}} A obra teria sido iniciada com a ocupação persa de 253, mas ficou incompleta com a reocupação romana por volta da mesma época. Rostovtzeff avança na suposição ao apresentar outro desenho, de influência palmirena, achado no escritório do [[Atuário (título)|atuário]] da XX Coorte Palmirena numa das salas que cercam o pátio do Templo de Azanatcona, para ele uma evidência da reocupação.{{harvnp|name=Ro58|Rostovtzeff|1943|p=58}}
O desenho palmireno representa um oficial romano, porventura o comandante da XX Coorte Palmirena, sacrificando ao deus Jaribol ([[Sol Invicto]]), cuja estátua, coroada por uma [[Nice (mitologia)|Nice]] e uma águia, é representada de pé sobre uma base com degrau (na qual há inscrições dedicatórias pintadas) no centro da composição. O oficial está a
==== Tercera campaña (259-260) ====
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